Você lembra daquele filme “O curioso caso de Benjamin Button”? o personagem dizia: “Nossas vidas são definidas pelas oportunidades. Até mesmo aquelas que perdemos”.
Winston Churchill (primeiro ministro inglês por 2 vezes entre 1940 e 1955) dizia: “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade, o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”.
Perdemos boas oportunidades quando nos baseamos em rótulos, julgamentos que nos levam a encaixar tudo dentro dos padrões que conhecemos. Com isso, não estamos abertos a admitir e conhecer outros padrões, outros modelos, outras possibilidades. Isso, nos impede de enxergar mais além.
Você conhece aquela história que conta que em uma crise tem aqueles que “sentam e choram” e aqueles que na mesma crise “abrem uma fábrica de lenços” para suprir o aumento do consumo de lenços pela choradeira? Então, tudo depende do ponto de vista.
Assim, dá para dizer que ampliar nossa visão pode ser um recurso importante para enxergar novas perspectivas. Ampliar a visão significa observar a situação, as questões e as dificuldades sob vários ângulos e com isso, achar saídas e caminhos que poderiam estar escondidos por conta da visão restrita.
Gosto muito de ilustrar o que digo com histórias, músicas, fábulas, etc. Então, para não perder o costume, contarei uma história que na realidade é uma Fábula que os chineses contam para as crianças ainda pequenas para ir mostrando para elas como é importante ampliar a visão e explorar diferentes perspectivas. Ela se chama:
A FÁBULA DE SAI WONG:
Sai Wong perdeu seu cavalo. Seus vizinhos do vilarejo vieram para consolá-lo. Ele falou sobre a perda do seu cavalo: “Isto pode não ser algo tão ruim”.
Depois de alguns dias seu cavalo voltou. Todos os seus vizinhos disseram para ele “Você estava certo!” Ele responde “Isto pode não ser uma coisa boa”.
No outro dia seu filho montou no cavalo e caiu. Ele quebrou a perna. Os vizinhos disseram “certamente isso que aconteceu foi uma coisa terrível”. Ele respondeu novamente “Não necessariamente”.
Logo depois do acidente, o país estava chamando todos os jovens para se alistar e lutar com o Estado vizinho. Seu filho não foi convocado devido a sua perna quebrada.
A moral da história é que Sai Wong foi capaz de encontrar o outro lado da história, o outro lado dos fatos, e conseguiu mostrar que “O que parece ser, não é exatamente o que é, pode ser diferente” porque tem uma parte escondida que nem sempre está evidente e para isso temos que buscar olhar por todos os ângulos e pontos de vista. Cavocar, cavocar, até achar o que está oculto.
Para concluir esta parte, a parte chinesa desta conversa, (é que já prestei consultoria para algumas empresas chinesas e para isso tive que estudar bastante a cultura da China) trago a história do:
BAMBU CHINÊS
Depois de plantada a semente do bambu chinês, vê-se durante quatro anos apenas o lento desabrochar de um diminuto broto. Não se percebe que ali está um pé de bambu.
Durante quatro anos, todo o crescimento é subterrâneo, numa estrutura de raiz, que se estende pela terra. Entretanto, no quinto ano, de forma surpreendente para os que não conhecem, o bambu chinês começa a crescer rapidamente, até atingir vinte e quatro metros.
O bambu chinês só atinge os vinte e quatro metros porque, durante quatro anos, desenvolveu uma maciça estrutura de raiz.
Este texto tem a ver com a nossa vida. Muitas vezes esperamos os resultados imediatos e nos sentimos frustrados em não atingi-los. Você trabalha, investe tempo e esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e, às vezes, não se vê nada por semanas, meses ou mesmo anos. Precisamos nos conscientizar que tudo tem seu ciclo que precisa ser respeitado.
Temos de ter a paciência, o “quinto ano” chegará, e, da mesma forma que com o bambu chinês, muitos ficarão surpreendidos. Agora, se você cortar o broto, não terá um pé de bambu.
Por Rosane Schikmann – Coach e Mediadora de Conflitos
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